terça-feira, 5 de junho de 2012

Passos missionários na periferia de Manaus


“Tire as sandálias, pois este lugar é santo!”
“Passo a passo, pouco a pouco, o caminho se faz.” Nossa presença azul (somos conhecidas como Irmãs Azuis) no Amazonas segue experimentando realidades e fazendo experiência de um Deus que nos chama a cada dia, como aos apóstolos após a ressurreição, que lembramos no tempo forte que ainda pouco vivemos com tanta intensidade.
No  sábado, dia 19 de maio, conhecemos mais uma comunidade: São Francisco,  no Tabocal. Várias casa das lideranças estão abandonada por causa das áagus. É impressionante ver isso de perto. As pessoas nos dão exemplo de uma enorme serenidade ! Passividade? Ou convivência com as cheias, das quais muitos de nós não fazemos nem idéia?
A comunidade de São Francisco é muito viva. Um detalhe que só vimos nela: na chegada, fomos convidadas a deixar os calçados na porta. Claro que nem todos fazem isso, mas a grande maioria sim. Revela um sentido profundo de respeito pelo lugar sagrado. Para nós foi muito forte.
Sempre vamos de tênis, por causa dos morros e escadarias que temos que subir. Como nesta comunidade estas dificuldades pareciam ser menores, fomos de sandálias. Mas a subida foi muito íngreme. Para a Ir. Joaninha, deixar as sandálias na porta foi um convite ao pojamento, à inculturação, ao respeito pelo espaço sagrado, um convite à liberdade. Que coisa linda uma igrejinha no meio da floresta e com este sinal claro de respeito ao sagrado!
Esta comunidade  nos acolheu com carinho. Aliás todas as comunidades são muito acolhedoras! A Igrejinha fica bem no meio da mata, às margens do Rio Amazonas, o qual tem visitado e entrado em muitas casas dos irmãos ribeirinhos.
Ir. Joaninha "caminhando sobre as aguas"...
No dia 20 de maio fomos ao Ramal Serafim. Participamos do encontro de formação com os catequistas. Ramais são as comunidades que ficam na terra firme, às margem da rodovia que vai ao centro de Manaus. Gente pobre  que tem sede de Deus e se reúne todos os domingos . Uma vez ao mês têm a celebração Eucarística.
Com nossa presença nos círculos bíblicos e celebrações nas ruas, nas chamadas “comunidades da vila”, todas já escolheram seu santo padroeiro: São Sebastião, São João Batista, Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro... Nas quartas ou segundas-feiras, uma vez por mês, tem celebração com padre ou diácono. Esta decisão de celebrar nas ruas e ou nas casas tem dado resultados.
Aproveitamos o material do Dia Internacional da Família (roteiro de celebração), disponível no site cic-castres, e celebramos com o grupo de jovens na família. Foi um momento muito lindo. Os jovens têm sede de Deus. Ainda antes de findar o mês de maio, visitamos a última comunidade do Beiradão: a comunidade de São Lázaro, que fica  bem dentro da mata, às margens do grande Rio Amazonas. Esta comunidade ainda não tem sua capelinha. Reunimo-noss na escola. O povo é sempre muito acolhedor e nos recebe com alegria.
No domingo de Pentecostes, participamos no meio de uma multidão.  Mais de 100.000 pessoas lotaram o sambódromo de Manaus. Foi uma experiência única. O povo tem muita fé. Dom Luiz, na sua simplicidade de pai e Pastor, se despediu do povo deixando, como sempre, suas recomendações“Amem muita a Igreja Católica. Vivam a unidade entre vocês, amem muito a Mãezinha do Céu, tenham orgulho de ser católico. Não deixem de celebrar Pentecostes!”  
Foram momentos de grande vibração. O povo sente um carinho enorme pelo seu pastor. E é plenamente correspondido. Todos os setores com suas fixas agradeciam a Dom Luiz pelo fecundo pastoreio como Arcebispo da Igreja de Manaus. A festa de Pentecostes  foi fechada com o show de Pe. Zezinho, unindo “silêncio e Palavra”.
Nem precisamos dizer que vocês estiveram presentes  conosco neste evento de nossa fé. Maior festa de nossa Igreja Católica, este momento foi precedido pela primeira vigília celebrada nas paróquias. Nós, Irmãs, preparamos e celebramos  com a equipe de liturgia. A celebração foi muito linda. Foi bom receber os dons do Espírito e se comprometer em vivenciá-los ao longo deste tempo até, o próximo pentecostes.
O rio Amazonas invade (ou visita?) a cidade.
Dia 31 de maio, dia da coração de Nossa Senhora, como é costume em várias regiões de nosso país. Aqui não foi diferente. O povo simples, com sua fé iluminada pela mãe de Deus e dos pobres, veio prestar sua homenagem a Maria. Os jovens surpreenderam: enfeitaram a Igreja com uma beleza sem par. Maria  foi muito bem coroada.
Concluindo este mês tão especial para nós, Irmãs Azuis, peçamos a Nossa Senhora Mãe dos pobres de vir ao nosso encontro nas decisões e  encaminhamentos,  neste tempo de preparação de nossos capítulos. Ela passará  à  frente e nos conduzirá nos caminhos de seu filho. Sigamos em comunhão com as mais de  trezentas  e cinquenta mil pessoas atingidas pelas cheias do estado do Amazonas.
Com carinho suas irmãs em missão no Amazonas, Edith e Joaninha.

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