Monumental catedral de Jakarta |
Arrumando a mala…
Como a tentativa de antecipar nosso retorno a
Roma foi frustrado, tivemos dois dias para descansar e fazer algumas incursões
na cidade de Jakarta. Jakarta é uma cidade com mais de 10.000.000 de
habitantes, uma das grandes do mundo. Como as nossas metrópoles
latinoamericanas, uma bela, rica, moderna e monumental área central afasta e
esconde uma periferia empobrecida, explorada e atrasada. E, no caso de Jakarta,
uma periferia incrivelmente deteriorada e poluída.
|
Visitamos também o enorme e moderno parque
construído na década de 60, em pleno centro da cidade (Parque MONAS). Ali está
erguido um enorme obelisco que celebra a unidade da Indonésia, sob o qual está
um interessante museu que conta a história do povo indonesiano, com destaque
para o processo e as lutas pela independência. Ao redor deste parque se erguem
inúmeros e imponentes edifícios, que abrigam organismos do governo e sedes de
grandes empresas nacionais e multinacionais.
Mesquita central de Jakarta |
Se o olhar e a imaginação não conseguem romper
este muro de edifícios robustos e modernos, somos iludidos pela impressão de
quem estamos num centro urbano rico e moderno do primeiro mundo. Ali não há
nenhum sinal da pobreza, da feiúra e do sofrimento que se escondem um pouco além.
Nisso Jakarta não é pior ou melhor que todas as outras cidades, de mundos que
se dizem primeiros ou de mundos taxados de terceiros.
Mas esta realidade que os urbanistas e políticos gostam de disfarçar e esconder emergiu nos últimos dias e seus sinais eram ostensivamente visíveis no parque: ali ainda estavam reunidos dezenas de viaturas e
centenas de soldados que, no dia anterior, fizeram a segurança da cidade
“ameaçada” por uma intensa mobilização popular contra o aumento dos
combustíveis, projetada e anunciada pelos órgãos governamentais. A implementação da medida foi
adiada por alguns dias.
Monumento da unidade indonesiana |
É evidente que carrego uma mala com muitas
perguntas e poucas respostas. Seja esta a minha bagagem mais precisiosa – no
sentido cultural e espiritual da expressão. E que estas perguntas despertem
reflexões, orientem estudos, sustentem buscas, fecundem relações, fortaleçam
vínculos e fundamentem orações. E mantenham vivo o desejo de encontros sempre
mais profundos. Assim seja!
Itacir Brassiani msf
Nenhum comentário:
Postar um comentário