terça-feira, 4 de setembro de 2012

Semana da Pátria (4)


Estamos celebrando a Semana da Pátria. Como sempre, os riscos de um patroitismo ingênuo, seletivo xenófobo nos rondam. Não podemos esquecer que o brado retumbante do povo heróico não se resume ao discutível grito de Dom Pedro. Outros sonharam a liberdade, sofreram por este sonho, e prepararam a terra com as próprias mãos e o próprio sangue a fim de que ela germinasse. Os raios fúlgidos do sol da liberdade brilharam aqui e acolá, mas continuam ameaçados por temporais diversos. O penhor da igualdade sonhada continua sendo desafio. A pátria é amada e até idolatrada, mas o povo ainda é desprezado. O Brasil da igualdade, da justiça e da sustentabilidade é ainda, em grande parte, um sonho intenso. As poucas glórias do passado ainda esperam pela justiça presente e pela paz futura. Ontem como hoje, muitos são os filhos e filhos desta mãe gentil que não fogem à luta. Entre tantos, vamos recordar alguns/mas.

Frei Caneca

“Não posso contar os meus males, / Nem a mim mesmo em segredo; / É tão cruel o meu fado, / Que até de mim tenho medo.”  (Frei Caneca)

Joaquim do Amor Divino Rabelo Caneca, mais conhecido como Frei Caneca,  nasceu na cidade do Recife, em julho de 1779. Exerceu atividades como sacerdote, jornalista e ‘cientista político’. Fez seus votos religiosos no Convento do Carmo, em Pernambuco.

Aderiu ao movimento republicano de Pernambuco e freqüentou um dos centros de conspiração política, a Academia do Paraíso. Participou das tropas revoltosas do movimento de independência de 1817, foi preso e levado para Salvador, onde permaneceu preso até 1821.

Em 1822, a instauração da monarquia de D. Pedro I, e a constituição de 1824, abriu caminhos para a dissolução da Assembléia Constituinte. Em julho de 1824, os líderes pernambucanos anunciaram a formação de uma nova república, a Confederação do Equador.

Sem apoio esperado de países estrangeiros e sem forças perante a monarquia, o movimento foi cercado e a coluna de Frei Caneca pega pelas tropas legalistas. Frei Caneca foi preso e levado ao calabouço, sendo sentenciado a morrer na forca.

Apesar de pedidos e manifestações de religiosos, Frei Caneca foi levado à forca no dia 13 de janeiro de 1825. Ninguém quis executar a tarefa de carrasco, e ele acabou sendo morto por fuzilamento, em Recife.

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