Martinho
Lutero e a Reforma Protestante
Martinho Lutero nasceu em 1483 em Eisleben, Saxônia, e foi educado na
escola da catedral de Magdeburgo e na universidade de Erfurt. Tornou-se religioso
Agostiniano, foi ordenado presbítero em 1507, e lecionou na Universidade de
Wittenberg.
Tendo sido eleito Superior Provinail da sua Ordem, Lutero recebeu a
missão de coordenar uma dúzia de comunidades agostianianas. No cumprimento dessa
tarefa, foi sentindo-se cada vez mais insatisfeito com os desvios do Evangelho
que se espalhavam por todo lado na Igreja do seu tempo. Em desacordo
especialmente com o comércio de indulgências, ele elaborou gradativamente e ensinou
uma doutrina que, segundo ele, era central à fé cristã: a justificação do
crente mediante a fé e não através das obras. Encontrando apoio à sua tese nas
cartas de São Paulo e no pensamento de Agostinho, em 1517, Lutero contestou
publicamente alguns desvios muito difusos na prática cristã do seu tempo,
fixando um elenco de 95 teses à porta da igreja de Wittenberg.
Seguindo os passos de outros reformadores que, nos séculos precedentes,
haviam lutado para salvar o coração do Evangelho, pagando inclusive com a morte
sua obstinação, Lutero efetivamente dava início à Reforma Protestante. Certamente ele não imaginava que, naquele 31
de outubro de 1517, estava dando à luz a uma comunidade eclesial separada da
Igreja de Roma. Mas o curso da história se encarregou de fazer com que, num
curto espaço de tempo, se instaurasse uma ruptura insuperável entre católicos e
protestantes, que se definiu progressivamente em diversos pressupostos
fundamentais da fé. Somente no século XX essa ruptura começou a ser revista.
A reforma se difundiu rapidamente em grande parte da Europa. Martinho
Lutero morreu em 1546, depois de ter
influenciado profundamente a Igreja, tanto a protestante como a católica. Num
momento crucial da história, ele salvaguardou o primado da Fé e da Palavra,
presente nas Sagradas Escrituras, frente a todas as demais doutrinas e
ensinamentos, que são unicamente frutos da busca religiosa do ser humano.
(Comunità di Bose, Il
libro dei testimoni. Martirologio ecumenico, San Paolo, Milano, 2002,
p. 504-505)
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