terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Preparando o Natal


O TEMPO PASSA


O tempo passa, termina o ano, e eu continuo correndo, pois não consigo alentar o ritmo frenético dos dias... Se saio às ruas, já respiro o clima prematuro de um natal que ainda não chegou, e eu continuo correndo, pois o Menino que deveria chegar no nono mês, já se encontra deposto nas manjedouras da cidade, dos shopping centers....

Ai meu Deus, e eu que ainda me preparava para esse grande acontecimento, tenho que apressar-me, do contrário, não poderei comtemplar o Menino, risco de vê-lo já adulto. Nossa, isso me faz até pensar, que hoje, tantas crianças já nascem adultas, porque o tempo passa, o tempo é frenético e não dá tempo para ser menino-menina.  

Humm, mas acho também, que eu mesmo, homem de 43 anos, às vezes, acabo por deixar morrer a criança que existe em mim. Acho que não dou mais conta, estou sempre quase com a “língua de fora”! O pior, é que em meio a toda essa minha correria, tropeço em tantas pedras no meio do caminho, o que me retarda, ainda mais, no meu afã de ver acontecer logo o que me projetei, o que sonhei.

Ah, essa bendita expectativa, confundida com esperança! Expectativa, expectativa, de que as coisas aconteçam como eu planejei!!! Me digam amigos e amigas, issso é esperança? Não creio, pois se espero que as coisas aconteçam sempre como planejei, aonde há espaço para que o meu criador e redentor se manifeste, na hora certa e do jeito que lhe aprouver? Aonde há espaço para o Advento em minha vida, para a esperança, que seria a capacidade de me colocar à mercê do que Deus me oferece aqui e agora?

Ai, ai, me dou conta, que não somente espero que as coisas aconteçam como quero, mas, envergonhadamente, reconheço que, às vezes, as pessoas também têm que se enquadrarem nos meus parâmetros, na minha expectativa; até mesmo, o Menino, o Filho de Deus, corre o risco de ter a minha imagem! 

Oh Surpresa de Deus, dá-me a humildade e docilidade para acolher a tua surpresa em minha vida, faz que eu tenha um olhar e um coração capazes de te reconhecer em cada momento singular da minha vida, nas situações mais inusitadas e efêmeras, nas pessoas mais simples e humildes.

Dá-me a capacidade de sorrir, de me alegrar, de me emocionar com cada surpresa que me proporcionas. Ajuda-me a erguer a cabeça, saindo de mim mesmo, para poder contemplar a tua estrela, que não está tão longe, mas, quem sabe, tão perto, ao meu lado, em um irmão ou irmã que encontro em casa ou na rua. Ajuda-me a diminuir o passso de meus dias, para que eu te perceba em cada lugar, em cada esquina da cidade ou de minha comunidade, em cada rosto de um meu semelhante. Ajuda-me a acolher-te em mim mesmo, através dos dons e capacidades que me concedestes, ajuda-me a encontrar  e reconhecer a tua manjedoura, em minha vida, através da solidariedade e presença de meus irmãos e irmãs, dos meus amigos, dos meus familiares...

Ajuda-me a viver bem cada momento, sem apressar “o parto” do que estar por vir, para que assim, tu sejas sempre Deus para mim e eu seja sempre filho para ti, que vive sob a tua gratuidade e surpresa. 

O que esperamos/o que estamos desejando do Natal que se aproxima? Que surpresas Deus poderia estar nos preparando? Ou ainda: quais os vazios, desatenções e esquecimentos que preciso/precisamos rever, para celebrar bem o Natal?

Pe. Luís Carlos, MSC

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