sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Fatos & Personagens: Sepé Tiaraju


Sepé Tiarajú, herói do Brasil

(http://sandroandradelivrearte.blogspot.it/2011/07)

Celebrado no Rio Grande do Sul, Sepé Tiarajú, desde 2005, é herói nacional. Lei sancionada pelo presidente em exercício José Alencar colocou o índio missioneiro no mesmo patamar em que estão personalidades como Tiradentes, Santos Dumont e Zumbi dos Palmares. O nome do guarani passou a figurar no Livro dos Heróis Nacionais por ocasião dos 250 anos de sua morte.

Nascido em um dos aldeamentos jesuíticos dos Sete Povos das Missões, Sepé foi batizado com o nome latino cristão de Joseph, mas passou à história como Sepé. José Tiaraju foi uma espécie de prefeito da Redução Jesuítica de São Miguel. Em 1750, os reinos de Portugal e Espanha assinaram o Tratado de Madri, obrigando cerca de 50 mil índios cristãos a abandonar suas cidades, igrejas, lavouras, fazendas, gado e terras nas Missões. Insurgindo-se contra esse tratado, Sepé Tiaraju liderou a resistência dos índios guaranis. “Esta terra tem dono!” – teria dito, segundo a tradição.

Sepé Tiaraju tombou em combate no dia 7 de fevereiro de 1756, enfrentando tropas portuguesas e espanholas em Batovi, hoje município de São Gabriel. Três dias depois, 1,5 mil índios foram trucidados na batalha do Caiboaté. O povo do Rio Grande do Sul, por conta própria, viu no herói missioneiro um santo, São Sepé, que virou até nome de cidade. Poucos meses depois, nada mais existia do sonho missioneiro de uma sociedade cristã. Mas o povo do Rio Grande do Sul, por sua própria conta, canonizou o herói guarani missioneiro como São Sepé, nome dado ao arroio, à margem do qual passou sua última noite, na atual cidade de São Sepé.

Como herói ou como mito, desde sempre Sepé é presença marcante no cancioneiro riograndense. Numa de suas canções, o poeta missioneiro Noel Guarani diz: “Evoco a santo cacique o imortal Tiaraju / Que deu pra esse Xirú a sublime inspiração  / De lutar por esse chão no mais sério patriotismo  / Da lança para o lirismo, da tradição ao presente  / Da incertidão ao consciente pra o puro brasileirismo.

E Jayme Caetano Braum, broto da mesta terra vermelha onde cresceu Sepé, poetiza: “Hás de contar-me o que viste / Na tua ronda infinita, / Desde a povoação jesuíta / Ao reduto Guaiacurú, / Quando Sepé Tiaraju / Morrendo de lança em punho, / Dava um guasca testemunho / Da fibra continentina, / E quando, nesta campina, / O velho pendão farrapo / Cruzava altaneiro e guapo / Como uma benção divina!

Nenhum comentário: