terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Fatos & Personagens: a teimosia do carnaval


Ressurreição do carnaval

O sol saía de noite, os mortos fugiam das suas sepulturas, qualquer bufão era rei, o manicômio ditava as leis, os mendigos eram senhores e as damas jorravam chamas. E no final, quando chegava a Quarta-feira de Cinzas, as pessoas arrancavam as máscaras, que não mentiam, e tornavam a exibir suas caras, até o ano seguinte.

No século XVI, o imperador Carlos determinou em Madri o castigo do carnaval e seus desenfreios: “Se for pessoa baixa, cem açoites públicos; se nobre, que o desterrem por seis meses...” Quatro séculos depois, o generalíssimo Francisco Franco proibiu o carnaval num de seus primeiros decretos de governo.

Invencível festa pagã: quanto mais a proibiam, com mais força voltava. 

(Eduardo Galeano, Espelhos, L&PM, 2008, p. 275-276)

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