quinta-feira, 7 de março de 2013


Perpétua e Felicidade

Perpétua e Felicidade faziam parte de um grupo de catecúmenos presos em Cartago durante a perseguição de Sétimo Severo. A descrição do martírio delas é um dos textos mais comoventes da antiguidade cristã. Esta narração nos revela a consciência com a qual os mártires se preparavam para a morte. De fato, segundo o testemunho destas duas mulheres, a fonte da força e da firmeza não era outra coisa senão o próprio Cristo que vivia e sofria com eles e neles.

Perpétua era uma jovem filha de uma família de reconhecida cidadania. Quando foi presa, era mãe de um filho ainda bebê. Felicidade, que era escrava, estava grávida. Três dias antes do martírio, deu à luz uma menina. Enquanto gemia pelas dores do trabalho de parto, um carcereiro lhe disse: “Se agora você sofre assim, o que fará quando for jogada às feras?” Mas ela respondeu: “Agora sou eu que sofro, mas no martírio quem vai ssofrer em mim e por mim será outro, porque eu também sofro por ele”.

Eis o que diz o relato da ‘paixão’ destas santas. “Como a multidão pedia que Perpétua, Felicidade e seus companheiros fossem trazidos à arena, todos se levantaram espontaneamente e, depois de se saudarem com um beijo e de desejarem paz e serenidade para enfrentar o martírio, se posicionaram bem visíveis à multidão. Fortíssimos e beatíssimos mártires! Verdadeiramente chamados e eleitos a participar da glória de Nosso Senhor Jesus Cristo! Assim, é justo e necessário que quem honra, reconhece e adora o seu Nome, leia também este testemunho para edificação da Igreja: para que novos atos de virtude testemunhem que um único e sempre mesmo Espírito Santo continua ativo e, com ele, o onipotente Deus Pai e o seu Filho, Jesus Cristo, Nosso Senhor, ao qual se dê glória e poder nos séculos dos séculos.”

Perpétua e Felicidade foram martirizadas no anfiteatro de Cartago, no ano 203. Imediatamente conheceram grande popularidade, e seus nomes abrem o elenco dos mártires recitado no cânone romano.

(Comunità de Bose, Il libro dei testimoni, San Paolo, Milano, 2002, p. 145-146)

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