2 Coríntios 4,7-18. Um Evangelho em vasos de
barro
Paulo, que
não havia hesitado a exaltar o ministério apostólico com tudo o que ele
significa, tem consciência da sua e da nossa fragilidade. Por isso, afirma:
“Trazemos esse tesouro em vasos de barro”. Assim, aparece muito claramente que
a força extraordinária do Evangelho não vem de nós, mas de Deus. O apóstolo
relê a própria vida sob este prisma e compreende que, apesar das tribulações,
ameaças, perigos e dificuldades, jamais foi abandonado por Deus. Antes, foi exatamente
na fraqueza da sua existência que se manifestou a própria vida de Jesus. Na
perseguição e no abandono, Paulo se vê semelhante a Jesus, que conhece o que
significa sofrer. É a fé que faz o discípulo forte, mesmo diante das oposições
e adversidades. Por isso, Paulo não recua diante das dificuldades e perigos,
mas continua proclamando o Evangelho: “Acreditei, por isso falei...” Nós,
discípulos e discípulas do Senhor, revestidos da força da fé, somos chamados a
comunicar o Senhor a todos, através da nossa vida: na nossa vida deve
resplandecer a vida de Jesus. O apóstolo nos exorta a não perder o ânimo, a não
perder a coragem diante da fraqueza e do mal que golpeiam nossa vida e a vida
do mundo. Se, por um lado, experimentamos o enfraquecimento do corpo, por
outro, devemos fazer o possível para que o ‘homem interior’, o ser espiritual, se
renove dia após dia. Os sofrimentos de hoje, especialmente aqueles que ocorrem
por causa do anúncio do Evangelho, não têm comparação com a glória que deverá
se manifestar futuramente em nós (cf. Rm 8,18).
Reflexão preparada pela Comunidade Santo
Egídio de Roma e traduzida ao português a pedido da mesma por Itacir Brassiani msf)
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