quinta-feira, 11 de abril de 2013

A Palavra de Deus na nossa vida (11)


2 Coríntios 5,1-10. Entre o tempo presente e a vida eterna
Paulo compara a vda cristã a uma tenda, a uma barraca usada pelos beduínos, que é desmontada quando o tempo de parada terminou. E a morte é mais ou menos como o processo de mudança. Na verdade, estamos sobre a terra como peregrinos, como nômades. Chega o momento de mudar, porque a nossa tenda é desfeita. Mas o Senhor nos preparou outra casa, mais perfeita, eterna. É nossa casa no céu. Jesus também havia falado de uma casa que o Pai preparou para nós: “Não se perturbe o vosso coração... Na casa de meu Pai há muitas moradas... Vou preparar um lugar para vós” (Jo 14,1-3). Mas, nas palavras de Paulo entendemos mais como “um novo corpo” que Deus nos dará. É o dom da ressurreição do corpo. E Paulo prossegue com uma nova imagem. Ele não fala mais de casa, mas de um novo vestido que o Senhor nos dá. Infelizmente, a morte nos rouba a vida, mas o Senhor vem em nosso socorro e nos reveste de imortalidade. Como é na ressurreição dos mortos que receberemos o vestido completo, por enquanto temos apenas seu penhor. O Espírito enviado ao nosso coração é o penhor, ou seja, o início e a garantia daquela veste que receberemos plenamente na ressurreição. Durante este tempo estamos como que no exílio, longe da pátria, acrescenta o apóstolo, mas não caminhamos sem direção, não damos passos no escuro. Não temos ainda uma visão clara, mas nos guiamos pela fé. Paulo expressa o desejo de viver definitivamente junto do Senhor, como já havia escrito na primeira Carta aos Tessalonicenses, quando tratava do tema da ressurreição: “E assim, estaremos sempre com o Senhor” (1 Tes 4,17). De fato, ele é a casa que Deus preparou para nós. Por outro lado, o apóstolo não se subtrai à responsabilidade de viver de modo digno e de ser agradável a Deus neste mundo. Somos chamados, de fato, a revestirmo-nos desde hoje dos sentimentos de Cristo. Assim vestidos, não receamos chegar ao juízo final, no qual cada um deverá responder sobre as próprias ações diante do Senhor. A tensão entre o presente e o futuro que nos espera é vivida numa vida de fé, que é exatamente “a demonstração de realidades que não se vêem” (Hb 11,19.
Reflexão preparada pela Comunidade Santo Egídio de Roma e traduzida ao português a pedido da mesma por Itacir Brassiani msf)

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