sexta-feira, 12 de abril de 2013

A Palavra de Deus na nossa vida (12)


2 Coríntios 5,11 – 6,2. O ministério da reconciliação
Paulo volta a explicar o sentido do ministério apostólico, a fim de que os coríntios saibam responder àqueles que se apresentavam cheios de si mesmos, ufanando-se das próprias experiências religiosas e da sua sabedoria. Em vez disso, Paulo, conquistado de um jeito um pouco louco pelo amor de Cristo (“se somos loucos, o somos por Deus”), afirma que os crentes não vivem mais por si mesmos mas por Jesus, que morreu e ressuscitou por todos. Este é o coração do Evangelho, e quem o acolhe se torna uma nova criatura, encontra um novo sentido de viver, ou seja: não vive mais para si mesmo, que é o ‘evangelho’ do mundo, aquele ‘evangelho’ que todos gritavam a Jesus quando estava na cruz, “Salva a ti mesmo!” O Evangelho de Jesus Cristo é o amor que não conhece nenhum limite, o amor que perdoa aqueles que nos ofendem e que nos impulsiona a amar inclusive os inimigos. Infelizmente, é verdadeiramente difícil compreender que este é o coração da vida cristã e que esta é a verdadeira novidade da qual o nosso mundo necessita. Muito frequentemente, caímos na escravidão do amor a nós mesmos. Por isso, temos necessidade de continuar a voltar o nosso olhar e o nosso coração ao Senhor para aprender dele o sentido da vida. Se o acolhemos no coração, se nos alimentamos da sua Palavra e do seu Corpo, se vivemos em comunhão com os irmãos e irmãs, também seremos renovados. Paulo escreve: “Portanto, se alguém está em Cristo, é criatura nova” (2 Cor 5,17). Se permanecemos unidos a Cristo e à sua Igreja, somos reconciliados por Deus. Portanto, para ser renovado, o apóstolo se faz ministro da reconciliação, embaixador de Cristo. Ninguém pode se reconciliar por si mesmo, ninguém pode autoperdoar-se. Todos temos necessidade do apóstolo, que continua a insistir: “Reconciliai-vos com Deus!” Paulo parece nos dizer que o Senhor nos ama a tal ponto que não nos responsabiliza ou condena nem mesmo pelos nossos pecados. De fato, além de nos salvar da condenação, Jesus se torna pecado por nós e confia aos discípulos o ministério da reconciliação. Num mundo dilacerado por divisões, devorado pelo mal e avarento no perdão, é necessário que os crentes manifestem misericórdia e compaixão. Entre os tantos momentos que nos possibilitam manifestar o amor e o perdão, temos aquele particular do sacramento da reconciliação. É o momento alto, no qual o próprio Deus se inclina sobre nós com uma misericórdia infinita. É a alegria do abraço do Senhor, representado nesse momento pelo ministro.
Reflexão preparada pela Comunidade Santo Egídio de Roma e traduzida ao português a pedido da mesma por Itacir Brassiani msf)

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