João
21,1-14. Aparição às margem do lago
Os apostolos haviam abandonado as redes para se tornarem pescadores de
gente (cf. Lc 5,10). Agora, depois da crucificação de Jesus, voltam a ser
pescadores de peixe. Quando Jesus ressuscitado aparece, sem ser eeconhecido, a
experiência do início se repete. Também dessa vez eles haviam trabalhado a
noite inteira sem conseguir nada. É a experiência de um trabalho sem frutos, de
pensamentos, preocupações e agitações que não levam a nada. De fato, sem a luz
do Evangelho é difícil trabalhar frutosamente. Mas, com a aproximação de Jesus,
brilha a aurora de um novo dia. É o ressuscitado, mas eles não se dão conta,
não o reconhecem. Mesmo cansados e compreensivelmente desconfiados, eles o obedecem
e lançam as redes no outro lado. Talvez tenham sentido naquela voz o eco de uma
voz conhecida, da voz que haviam escutado e os havia fascinado durante três anos.
Mas não acreditam que ele ainda pudesse falar. Talvez seja apenas instintivamente
– é belo este instinto que vem do hábito de escutar o Evangelho – que obedecem
e lançam as redes. A pesca é abundante, acima de qualquer expectativa. É nesse
momento que os apóstolos reconhecem o Senhor. A eficácia do Evangelho abre os
olhos e o coração deles. Talvez tenham compreendido melhor aquilo que Jesus
lhes havia dito no passado: “Sem mim vocês não podem fazer nada” (Jo 15,5).
Somente com o Senhor o impossível se torna possível. É o discípulo amado que se
dá conta. É ele que reconhece o Senhor e o diz a Pedro que, tomado de alegria,
se joga no mar para chegar a Jesus nadando. É naquelas margens que os
discípulos revivem a comunhão com o mestre. Jesus já havia preparado para eles
as brasas, e esperava os peixes da pesca milagrosa. É o banquete do
ressuscitado com os seus amigos. As palavras do evangelista aludem àquelas da
multiplicação dos pães e da eucaristia. Efetivamente, é propriamente a celebração
litúrgica o lugar onde se edifica a comunidade dos discípulos, o lugar da
multiplicação do amor.
Reflexão preparada pela Comunidade Santo
Egídio de Roma e traduzida ao português a pedido da mesma por Itacir Brassiani msf)
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