sexta-feira, 5 de abril de 2013

A Palavra de Deus na nossa vida (5)


João 21,1-14. Aparição às margem do lago
Os apostolos haviam abandonado as redes para se tornarem pescadores de gente (cf. Lc 5,10). Agora, depois da crucificação de Jesus, voltam a ser pescadores de peixe. Quando Jesus ressuscitado aparece, sem ser eeconhecido, a experiência do início se repete. Também dessa vez eles haviam trabalhado a noite inteira sem conseguir nada. É a experiência de um trabalho sem frutos, de pensamentos, preocupações e agitações que não levam a nada. De fato, sem a luz do Evangelho é difícil trabalhar frutosamente. Mas, com a aproximação de Jesus, brilha a aurora de um novo dia. É o ressuscitado, mas eles não se dão conta, não o reconhecem. Mesmo cansados e compreensivelmente desconfiados, eles o obedecem e lançam as redes no outro lado. Talvez tenham sentido naquela voz o eco de uma voz conhecida, da voz que haviam escutado e os havia fascinado durante três anos. Mas não acreditam que ele ainda pudesse falar. Talvez seja apenas instintivamente – é belo este instinto que vem do hábito de escutar o Evangelho – que obedecem e lançam as redes. A pesca é abundante, acima de qualquer expectativa. É nesse momento que os apóstolos reconhecem o Senhor. A eficácia do Evangelho abre os olhos e o coração deles. Talvez tenham compreendido melhor aquilo que Jesus lhes havia dito no passado: “Sem mim vocês não podem fazer nada” (Jo 15,5). Somente com o Senhor o impossível se torna possível. É o discípulo amado que se dá conta. É ele que reconhece o Senhor e o diz a Pedro que, tomado de alegria, se joga no mar para chegar a Jesus nadando. É naquelas margens que os discípulos revivem a comunhão com o mestre. Jesus já havia preparado para eles as brasas, e esperava os peixes da pesca milagrosa. É o banquete do ressuscitado com os seus amigos. As palavras do evangelista aludem àquelas da multiplicação dos pães e da eucaristia. Efetivamente, é propriamente a celebração litúrgica o lugar onde se edifica a comunidade dos discípulos, o lugar da multiplicação do amor.
Reflexão preparada pela Comunidade Santo Egídio de Roma e traduzida ao português a pedido da mesma por Itacir Brassiani msf)

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