2 Coríntios 4,1-6. Não pregamos a nós mesmos, mas o
Cristo Senhor
Paulo retorna à questão do ministério que lhe foi confiado. Ele tem
consciência de ter sido escolhido pela misericórdia divina para comunicar o
Evangelho à humanidade. Não é ministro do Evangelho por escolha pessoal e
mérito próprio, mas por um chamado de Deus. Por isso, não tem medo de
reivindicar a sinceridade do seu anúncio e de recordar a franqueza com a qual
anunciou, sem falsificar o conteúdo e sem diminuir a força do Evangelho. Na
primeira Carta aos Tessalonicenses Paulo escreve: “Pois a nossa exortação não
vinha da ilusão ou más intenções, nem acompanhada de astúcia... Sabeis muito
bem que nunca bajulamos ninguém, nem fomos movidos por alguma ambição
disfarçada. Deus é testemunha!” (1 Tes 2,3.5). É verdade que em Corinto existem
pessoas que não pensam com sinceridade. Já no fim do capítulo terceiro, Paulo
havia mencionado aqueles que comercializavam a Palavra de Deus, e agora fala de
uma possível falsificação. Obviamente, não basta pertencer à Igreja ou à
comunidade para ser imunizado contra o orgulho, a inveja e a crítica. São estes
instintos que velam ou cobrem o olhar e não permitem ver o Evangelho na sua
clareza original. Jesus também havia dito: “Se o teu olho...” Somente quando
voltamos o olhar do coração a Jesus podemos compreender o mistério de Deus e
experimentar sua força. Neste mesmo sentido, Jesus havia dito: “Quem me vê, vê
o Pai” (Jo 14,9). E Paulo defende sua pregação sobre a centralidade de Jesus
para a vida da comunidade. “De fato, não é a nós mesmos que pregamos, mas a
Jesus Cristo, o Senhor” (2 Cor 2,5). Paulo se apresenta como servo da
comunidade por amor a Jesus, aquele Jesus que lhe apareceu na estrada para
Damasco, glorioso e pleno de luz, a ponto de ser impossível não aceitá-lo.
Reflexão preparada pela Comunidade Santo
Egídio de Roma e traduzida ao português a pedido da mesma por Itacir Brassiani msf)
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