quarta-feira, 3 de abril de 2013

A Palavra de Deus na nossa vida


Lucas 24,13-35. Os discípulos de Emaús
Com a narração de Emaús, a Igreja nos convida a permanecer ainda dentro do dia da Páscoa: não podemos nos afastar dela, devemos revivê-la para experimentar o mistério salvífico. Nós continuamos hoje a viagem daqueles dois discípulos. Podemos dizer que a tristeza deles é a nossa tristeza e, certamente, a de tantos homens e mulheres que vivem esmagados pela dor e pela violência. Quantas pessoas hoje, cedendo porque pensam que nada pode mudar, voltam, como aqueles dois discípulos, à aldeia de origem, às próprias preocupações e interesses? É verdade que não faltam motivos para a resignação: o próprio Evangelho às vezes é derrotado pelas forças do mal. Todos vemos que, não raramente, o ódio vence o amor, o mal supera o bem, a indiferença é mais forte que a compaixão. Mas eis que aparece entre nós um estrangeiro – sim, um homem que não se submeteu à mentalidade do mundo – e começa a nos explicar as escrituras. E então se estabelece um diálogo entre aqueles dois e o estrangeiro. O diálogo continua e, pouco a pouco, a tristeza dos discípulos desaparece e o coração deles se aquece de novo. Eles nem se dão conta daquilo que acontece: será preciso que cresçam no conhecimento e no amor para que seus olhos se abram. Depois de muita conversa, quase no fim da viagem, brota do coração deles uma oração muito simples: “Fica conosco!...” (Lc 24,29). O estrangeiro atende o pedido deles. O mesmo Jesus havia sugerido aos discípulos: “Pedi e recebereis…” (Jo 16,24). E, no Apocalipse, declara: “Se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa e tomaremos a refeição...” (Ap 3,20). Jesus entrou para jantar com os dois e, enquanto partia o pão, eles o reconheceram. Vendo aquele gesto de “partir o pão”, gesto que só Jesus sabia fazer, os dois  reconheceram o mestre. Jesus não estava mais preso à sepultura: agora os acompanhava pelas estradas do mundo. E, de fato, imediatamente saíram a comunicar o Evangelho da ressurreição aos outros irmãos.
Reflexão da Comunidade Santo Egídio
(Traduzido ao português a pedido da mesma por Itacir Brassiani msf)

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