No ano de 2011, no dia 9 de abril, pela segunda vez a
população da Islândia disse não às ordens do Fundo Monetário Internacional.
O FMI e a União Européia tinham decidido que os
trezentos e vinte mil habitantes da Islândia deveriam assumir a bancarrota dos
banqueiros e pagar suas dívidas internacionais na base de doze mil euros por
cabeça.
Essa socialização pelo avesso foi rejeitada em dois
plebiscitos. “Essa dívida não é nossa. Por que vamos pagar?”
Num mundo enlouquecido pela crise financeira, a
pequena ilha perdida nos mares do norte nos deu, a todos nós, uma saudável
lição de bom-senso.
(Eduardo Galeano, Os filhos dos dias, L&PM, 2012,
p. 123)
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