quarta-feira, 24 de abril de 2013

Reflexões de um velho e generoso missionário


Fui deveras um bom pastor?

No período que me encontro no Lar de Nazaré, em Passo Fundo, venho tendo a feliz oportunidade para boas leituras, para orar e rever minha vida em diversos aspectos.

Venho me detendo, com mais afinco, na avaliação sobre como tenho vivido minha consagração a Deus como religioso MSF e como exerci o ministério sacerdotal, até atingir a bela idade de 83 anos. Inicialmente, lembro que em 10-02-1943 celebrei meus 13 anos de vida. Dia seguinte, parti para o Seminário de Santo Ângelo. Portanto, há 70 anos, exatamente! Queria eu ser PADRE!... Nem idéia tinha de que me dirigia para uma congregação MISSIONÁRIA. Passados oito anos, dia 11-02-1951, dia de N. Sra. de Lourdes, tornei-me MSF, ao emitir os santos votos, no então Escolasticado São José.

De lá para cá, atuei na pastoral paroquial, na formação, na coordenação Provincial. Nos últimos anos, estive a serviço da paróquia Sagrada Família de Santo Ângelo. Agora, recolhido ao silêncio do Lar de Nazaré, trato de me avaliar, perguntando-me:  “Na minha vida, fui deveras MISSIONÁRIO da Sagrada Família?... De 2002 para cá, em Santo Ângelo, FUI  DEVERAS B0M PASTOR?...”

Penso  que fui mais ou menos. Poderia e deveria ter sido bem mais. Por quê?... Das tantas e tantas horas que dediquei ao cultivo da horta e à limpeza nos arredores da casa paroquial, bem que devia tê-las usado  para visitas aos enfermos,  catequizandos, ao atendimento às pessoas, etc.

Certa ocasião, num encontro pessoal com Dom Estanislau, manifestei-lhe que eu vinha me questionando, até com certa angústia, a respeito do estilo da ação pastoral em determinadas paróquias.” Sem  pretensão de ser dono da verdade, minha impressão, Dom Estanislau, é a de que corremos o risco de ser pastores demasiadamente confinados em nossos gabinetes e casas paroquiais, com insuficiente ação  e presença junto ao povo, seja tanto da matriz, como dos bairros e das comunidades do interior. (Aliás, o que era o meu caso!...)

Neste exato momento, nos debruçamos em Capítulos Locais e Provincial a fim de avaliar o presente e planejar o futuro nos mais diversos aspectos!... Urge resgatar nossa identidade missionária!... Sim!... Mas, por sua vez, como e qual será o nosso estilo de atuação pastoral em nossas paróquias?... Como  será  nosso AGIR, para sermos catalogados como BONS PASTORES?...

Concluo, com sábias palavras de nosso amado Fundador, que praticou o que nos recomenda incisivamente (repete quatro vezes ‘é preciso’!):  “AH, MEUS FILHOS, É PRECISO IR ÀS ALMAS, ELAS NÃO IRÃO A VÓS... É PRECISO PROCURAR O POVO E NÃO ESPERAR QUE ELE VENHA AO NOSSO ENCONTRO. AS ALMAS NÃO VÊM A DEUS EM BANDO, É PRECISO CONQUISTÁ-LAS UMA A UMA. É PRECISO CONQUISTAR OS HOMENS, AS MULHERES, OS JOVENS, AS CRIANÇAS. QUALQUER OUTRA IDÉIA QUE SE FIZER DO MINISTÉRIO É FALSA OU, AO MENOS, INCOMPLETA...”

Pe. Rodolpho Ceolin msf
Passo Fundo, 31 de março de 2013
Festa da Páscoa do Senhor  

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