quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Pedindo a graça da solidariedade

Espírito de Deus, tu que, às margens do rio Jordão, te derramaste abundantemente sobre Jesus e o proclamaste Messias: desce sobre essa comunidade presbiteral reunida em torno a ti, para escutar, acolher e encarnar tua Palavra na própria vida.
Adorna teus os discípulos e discípulas de Jesus com uma veste de graça. Consagra-os/as com a unção e envia-os/as para anunciar a boa notícia aos pobres, para proclamar a libertação aos presos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos e para proclamar um ano da graça do Senhor.
Se Jesus recorreu a estas palavras do profeta Isaías para apresentar-se na sinagoga de Nazaré e para redigir seu manifesto programático, isso significa que também a Igreja deve fazer-se hoje solidária com os sofredores, com os pobres, com os oprimidos, com os fracos, com os famintos, com as vítimas das diversas formas de violência.
Ajuda-nos a compreender que os pobres são a porta através da qual tu entras em todas as realidades humanas e sociais para transformá-las. Por isso, preserva a tua esposa Igreja do sacrilégio de pensar que a opção pelos últimos seja uma indulgência ou a moda do momento, e não a abertura através da qual a força de Deus penetra no mundo e realiza sua obra libertadora.
Espírito Santo, dom do Cristo crucificado, faz que a Igreja como um todo demonstre de fato que é a tua herdeira. Mantém ela aos pés de todas as cruzes, indidivuais e coletivas, escutando, acolhendo e fazendo repercutir a Palavra que nelas pronuncias. Inspira-lhe palavras e silêncios, para que saiba dar sentido às dores dos homens e mulheres, de modo que cada pobre ou oprimido compreenda que seu pranto não é em vão e repita com o salmista: “Recolhe minhas lágrimas em teu odre...” (Sl 56/55,9).
Espírito Santo, sonho dos profetas e treinador dos mártires, dá-nos a astúcia do administrador da parábola na urgente missão de fazer irmãos e amigos/as e de reconstruir os laços de fraternidade humana destruídos pela idolatria do dinheiro, pela competição predatória e pela indiferenças. Estabalece e mantém esta meta em todas as nossas iniciativas e organismos pastorais.

(Tradução e adaptação de uma invocação de Dom Tonino Bello)

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