(Lc 15,1-10) Eis aqui o coração do Evangelho de Lucas, eis aqui o coração de Deus!
São três parábolas, duas das quais lemos hoje, situadas no centro físico do
evangelho segundo Lucas, esquecidas pelos demais evangelistas, mas que tocaram
profundamente o coração desse discípulo vindo do paganismo e de Paulo, cristão
vindo do judaísmo. Deus é como um pastor que procura uma ovelha que se perdeu,
que faz festa depois de encontrá-la, carregando-a amavelmente às costas. Não a
repreende ou pune, cansado e nervoso pelo tempo que perdeu procurando-a, mas a
cerca de atenção e carinho! Deus é também como uma brava faxineira que, tendo
perdido uma moeda, passa um longo tempo procurando-a, e, quando a encontra,
organiza uma festa com as vizinhas (uma festa que custa muito mais que a moeda
reencontrada!) para manifestar sua alegria. Deus nos procura, Deus faz festa,
Deus é generoso! Nada a ver com o Deus sovinha que trazemos no coração e
pregamos, o Deus dos horizontes limitados (como os nossos?), avarento nas
emoções, sério, guardião do direito e da justiça. Nada a ver com o Deus dos
nossos medos e das nossas celebrações secas e asfixiantes, celebrações que não
expressam alegria mas apenas um hábito cansado. O Deus descoberto e anunciado por
Lucas é assim. Assim é o Deus revelado por Jesus. Teria ainda sentido continuar
com o nosso? (Paolo Curtaz, Parola
& Preghiera, novembro/2013, p. 48)
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