domingo, 1 de dezembro de 2013

A Palavra na vida

(Mt 24,37-44) São quatro as semanas que nos preparam para o Natal. Uma espécie de arca de salvação que nos é dada para desenvolver um pouquinho de consciência. Um mês para preparar um bercinho para Deus, mesmo que seja numa estrebaria... Jesus já nasceu na história e voltará na glória. Mas agora ele quer nascer em nós. Porque podemos celebrar cem natais sem que ele jamais tenha nascido em nós... Como disse explendidamente Dietrich Bonhoeffer: “Ninguém possui Deus de modo tal a não precisar mais esperá-lo. E também não poderia esperá-lo se não soubesse que o próprio Deus o esperou longamente”. O trecho do evangelho de hoje é um pouco difícil e obscuro, e corre o risco de ser lido numa perspectiva grotesca. Mas Jesus, como sempre, é extraordinário: cita os eventos simbólicos de Noé, diz que em torno dele um monte de gente foi arrastada pelo dilúvio sem mesmo se dar conta. Por isso, ele nos convida a vigiar, a estar acordado, como pede também Paulo escrevendo aos Romanos. E Jesus adverte: um é levado, outro é deixado; um encontra Deus, outro não... Deus é discreto, modesto, quase tímido, não impõe a sua presença, como a brisa da tarde é a sua vinda. A nós, pede que abramos amplamente as portas do coração, que abramos bem os olhos, que deixemos emergir o desejo, pedindo que sejamos levamos... Na noite da história, Senhor Jesus, tu nos puseste como sentinelas para que, com o olhar da fé, possamos perceber a luz do teu Dia que está clareando. Dá-nos a perseverança na espera e um coração vigilante, que saiba discernir os sinais da tua vinda e anunciá-los como presença e cumprimento. Amém! (Paolo Curtaz, Parola & Preghiera, dezembro/2013, p. 30-31)

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