domingo, 22 de dezembro de 2013

A Palavra na vida

(Lc 1,57-66) Calam todos: os maridos, os parentes, os  machos. Todos calados, como o pobre e velho Zacarias. Calam mesmo quando a mulher desobedece ou transgride, quando não faz como sempre se fez. Certo, o filho deveria receber o mesmo nome que o pai, pois esta uma tradição do clã, e sempre se fez assim. Mas Isabel sabe que este tempo terminou, que chegou o tempo de escutar os anjos e não os machos. Chegou o tempo de escutar a Deus! E que as tradições se danem, mesmo as tradições religiosas e os nossos velhos hábitos!... Agora é tempo de converter-se, finalmente. Chegou o tempo de passar do silêncio ao cântico e do habitual ao estupor. Calam aqueles que sempre têm o quê criticar, os gozadores e aqueles que pensam sempre ter razão. Calam porque Deus não se deixa enrolar, não se deixa doutrinar, não se deixa guiar por ninguém. É ele quem guia e decide, e não nós... Quando compreenderemos isso? Agora, finalmente, Zacarias está livre e com a língua solta. Muito antes dele, Isabel, sua mulher, experimentou esta mesma liberdade. Já estamos a poucas horas do Natal, do meu e do vosso Natal. Então deixemos finalmente que Deus tome a Palavra. Deixemos que ele pastoreie e acalme nossos medos e paranóias. Deus continua nascendo, e não desiste de nascer. E tudo se faz novo, inesperado, maravilhoso... Senhor, hoje te pedimos pelos pobres, pelos doentes e, particularmente, pelas crianças órfãs, abandonadas ou que vivem sozinhas. Tu vieste para trazer a todas elas a paz, o conforto, a consolação e a esperança. Faz com que cada cristão seja para elas um sinal do teu amor. (Paolo Curtaz, Parola & Preghiera, dezembro/2013, p. 154; 150)

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