(Jo 20,2-8) Ontem foi Estêvão,
hoje é o evangelista João, aquele que mais que qualquer outro voou alto e soube
fixar o olhar no sol, como, segundo a lenda, fazem as águias. Diante da
aparente normalidade do nascimento de um primogênito de um jovem casal, João vê
e testemunha o inaudito de Deus: o verbo de Deus ergueu seu barraco no meio de nós!
É verdade que o evangelista fez um grande percurso para assimilar esta verdade,
e somente à luz da páscoa podemos compreender quem realmente foi aquele Menino.
Por isso, ainda dentro do clima natalino, lemos o evangelho da ressurreição
para ler e unir estes dois mistérios da nossa fé. O Menino que veneramos no
presépio já foi crucificado e ressuscitou! João nos ensina a superar a simples
emotividade e nos leva ao essencial, nos conduz pela mão para que cheguemos a
uma fé madura. O Menino Deus não provoca apenas ternura como, o fazem os
recém-nascidos, mas nos obriga a perguntarmo-nos se realmente cremos em um Deus
que se faz homem, que se torna um de nós. Porque aqui está o coração do nosso
estupor: a imensidade de Deus se encolhe e cabe num berço, e a sua Palavra que
tudo cria se comprime no choro de fome de um recém-nascido... E isso é coisa
que faz tremer o corpo inteiro! Ou faz abrir o coração à fé e ao estupor... (Paolo Curtaz, Parola & Preghiera, dezembro/2013,
p. 182)
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