Sua voz de soprano, capaz de dar cor a cada sílaba,
havia despertado ovações no Rio de Janeiro.
Pouco depois, no final do século XVIII, Joaquina
Lapinha foi a primeira cantora brasileira a conquistar a Europa.
Carl Ruders, um viajante sueco apreciador de óperas,
escutou-a no ano de 1800, num teatro de Lisboa, e elogiou, entusiasmado, “sua
boa voz, sua figura imponente e seu grande sentimento dramático”.
“Lamentavelmente, Joaquina tem a pele escura”, avisou
Ruders, “mas este inconveniente pode ser remediado com cosméticos...”
(Eduardo Galeano, Os filhos dos dias, L&PM, 2012,
p. 200)
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