terça-feira, 1 de julho de 2014

Memórias do Pe. Ceolin

Amanhã completaremos um ano sem a presença física de um grande amigo, que permaneceu sempre corajosamente menino. É tempo de recrdálo e celebrá-lo...
Um homem corajoso que nunca deixou de ser menino.
Em nossas vidas há um ininterrupto ir e vir de pessoas. Algumas passam rapidamente, outras permanecem por períodos, mais ou menos curtos, dependendo de como as relações se estabelecem e serão mais ou menos duradouras de acordo com os interesses que em comum houver.
Pessoas que se revelam mais, com transparência e coerência em seus atos, e atitudes que criam entre si um elo invisível porém insinuante, mas que faz toda a diferença na relação.
Pe. Ceolin foi alguém que entrou em nossas vidas, se estabeleceu e permaneceu. Transparente e coerente, se insinuou fazendo a diferença: nos fez um bem enorme.
Gostávamos muito de conversar com Pe. Ceolin. Tinha muito forte as referências familiares, o que o tornava um dos nossos, pais e mães, vivendo as alegrias e as angústias que vivem as famílias às voltas com a educação de seus filhos e filhas. Então, os “causos de família” rolavam, e ele sempre tinha uma história para contar; suas peraltices de criança, cuja memória provocava um riso comedido em seu semblante sereno.
Rodolfinho era como sua mãe o chamava. Rodolfo me faz pensar num adulto, não combina com uma criança. Agora Rodolfinho sim. E sua mãe, sabiamente, assim o tratava, revelando a criança que era.
Esse homem, já nos seus setenta, oitenta anos, relembrando fatos vividos na infância, trazia à tona toda sua humanidade. E isso não afetava sua autoridade eclesiástica; já fora coordenador provincial de sua congregação e de tantas comunidades sob a responsabilidade dos Missionários da Sagrada Família, mas era um dos nossos.
O ser humano sempre se sobressaía ante o ordenado que ali estava. E isso fazia muito bem, deixando-nos à vontade para externar nossas dúvidas, nossas inseguranças, nossas fraquezas.
No entanto, nunca o vimos vacilar quando a situação exigia dele um posicionamento. O “projeto de Deus” era o seu norte, e seu caminhar era nessa direção, custasse o que fosse. Era corajoso..., mas essa lição, ainda não aprendemos. Ficou a nos dever isso... porém, as muitas lições que tivemos dele o fizeram inesquecível, sua lembrança nos faz companhia ainda hoje.

Marly L. Marchetti

Nenhum comentário: