quinta-feira, 4 de setembro de 2014

A moral sexual na campanha politica

A obsessão pela sexualidade
Assim como no tempo de Jesus, a marginalização moral continua estreitamente vinculada à sexualidade. A diversidade de atitudes, explicações e práticas em torno deste tema não admite neutralidade nem pode ser ocultada. Existem inumeráveis formas de abordagem.
De fato, a sexualidade é uma das dimensões que mais se presta à instrumentalização para fins políticos, ideológicos, econômicos e religiosos. Na moral católica, o campo da sexualidade foi invadido por uma série de tabus, intolerâncias e interditos pautados por um rigorismo exacerbado. Durante séculos, o catolicismo foi caldo de antissexualismo moralizante, motivado por pretensas razões teológicas.
Atualmente, a sexualidade continua sendo o calcanhar de Aquiles da moral vatólica. Existe uma certa obsessão por tudo o que se refere à sexualidade e ao sexto mandamento. Como comprova a história do cristianismo, os pecados sexuais geralmente são definidos com termos ameaçadores (abomináveis, inomináveis). Já os pecados sociais (reter o salário do trabalhador, desviar a verba da saúde, por exemplo) costumam ser tratados com certa tolerância. Ora, os pecados sociais seriam menos graves que os pecados sexuais? Não estaríamos engolindo camelos e filtrando mosquitos?
A religião tem uma força considerável na formação das idéias e na moldagem dos comportamentos, sobretudo no campo da sexualidade. Precisamos nos convencer da urgência de desdramatizar e corrigir a visão distorcida com tudo o que se relaciona com o sexo. Jesus trata a condição humana, da qual a sexualidade faz parte, com liberdade.
Pe. Elio Gasda SJ

(CRB, A paixão e o reino em tempos complexos, 2011, p. 99-100)

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