Hoje o calendário católico faz memória de mais uma
mulher grande e corajosa do início don cristianismo, uma das poucas celebrada
entre uma multidão esquecida: Santa Lúcia. Minha paróquia de origem, em
Anchieta (SC) a tem como padroeira, e por isso hoje minha cidade está em festa.
Mas a Palavra de Deus deste sábado coloca em evidência um homem: o profeta
João, aquele que é lembrado como um homem extravagente, que comia gafanhotos e
mel e se vestia com pele de camelo... Os cristãos o aproximam de outro profeta,
Elias, que o livro do Eclesiástico pinta como homem glorioso por seus
prodígios. Ele é lembrado como um “homem de fogo”, por sua palavra e sua ação
profética. “Sua palavra queimava como tocha” e, finalmente, teria subido ao céu
num carro de fogo (cf. Eclo 49,1-11). João, o Batista, tem algo disso. Mas
Jesus sublinha que o Batista reeditou Elias especialmente na missão de
reconduzir os corações dos pais aos filhos, e não no sua decisão um pouco doida
de passar os pagãos ao fio da espada ou aplacar a ira divina. Mas essa missão
de precursor e de construtor de estradas de solidariedade e de reconciliação,
inclusive mediante a denúncia dos desmandos dos poderosos e a apresentação de
duras exigências éticas, atraindo sobre João a violência que o levou à morte
precoce. Nisso também ele foi precursor do Messias que esperamos. E nisso
também Lúcia, em sua nobreza, doçura e firmeza o seguiu, nos primeiros séculos
do cristianismo. Como esperar o Messias e preparar seus caminhos em tempos de
violência e indiferença? (Itacir
Brassiani msf)
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