segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Palavras de salvaçao (11)

Hoje estarei deixando Belo Horizonte para dez dias de férias junto da minha família. Mas antes de viajar, e depois e me alimentar com a ração diária da Palavra de Deus, quero partilhar os ecos que ela deixou em mim. E começo com a antífona de entrada da celebração, eco do profeta Jeremias: “Ó nações, escutai a Palavra do Senhor; levai a boa nova até os confins da terra!” Hoje o personagem em cena é o pouco conhecido Balaão, homem dado a proferir maldições contra os inimigos do povo, mas capaz de entender até a língua da sua mula... Ele é apresentado como o “homem que tem os olhos abertos, que vê o que o Poderoso lhe faz ver, que cai e seus olhos se abrem”. No meio da exigente e demorada travessia do deserto, Balaão sobe uma colina e contempla extasiado o acampamento do seu povo em retirada. E canta: “Como são belas as tuas moradas, ó Israel! Elas se estendem como vales, como jardins ao longo de um rio, como aloés que o Senhor plantou, como cedros juntos das águas...” Que santa imaginação essa que faz com que um acampamento de gente quebrada e sofrida tenha ares e cores de jardins, de plantações promissoras!... E eu me transporto imaginariamente aos nossos conhecidos acampamentos de sem-terra e suas tendas pretas e vislumbro nestes barracos e nos humanos rostos marcados pelo trabalho e pela luta um homem e uma mulher nova, uma sociedade solidária em gestação, um Brasil diverso em construção. Com Balaão, nestes acampamentos, e noutros semelhantes, vejo, mesmo de longe, estrelas anunciando novos dias e novos líderes sendo forjados. Sim, para continuar sonhando, e para manter os pés no caminho, como Balaão é preciso ter os olhos abertos, e ver mesmo caindo. Não foi assim nosso guia e irmão, Jesus de Nazaré? Eu sei em quem acreditei!... “Vinde, Senhor, visitai-nos com a vossa paz, para que nos alegremos de todo o coração na vossa presença!” (Itacir Brassiani msf)

Nenhum comentário: