sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Palavras de salvaçao (9)

“Mãe do céu, morena! Senhora da América Latina, de olhar e caridade tão divina, de cor igual à cor de tantas raças...” Assim começa o refrão da bela  canção que o Pe. Zezinho compôs para celebrar Nossa Senhora de Guadalupe. Como diz Paulo (cf. Gl 4,4-7), ela é a mulher do tempo previsto, do tempo maduro, aquela que, por graça, joga o patriarcalismo no lixo e concebe sem a ajuda da prepotência do macho; a nova Mãe dos Viventes, que nos abre a porta da filiação adotiva; a Visitadora incansável, em cujos pés ligeiros brilha a alegre Boa Notícia. Sua presença com rosto de índio, no início da violenta ocupação européia deste continente e seus povos, não foi uma visita eventual. Desde sempre ela sobe montanhas e encurta caminhos para chegar onde quer que haja dor e esperança, como na casa de Isabel, que vivia entre a alegria e o medo. E onde ela chega, corpos se encontram, braços se enlaçam, vozes se soltam, hinos libertários ressoam incontinentes, e os pequeninos saltam de alegria mesmo sem saber exatamente o que está acontecendo. Nela sabemos que acreditar nos sinais que Deus vem semeando desde sempre em favor dos pequenos e através deles é a maior felicidade que alguém pode experimentar. E então, a descoberta da nossa dignidade nos confirma em nossa pequenês e exalta Deus, pois só ele é grande: nem o marido, nem o papa, nem o padre, o governador ou a presidenta, nem a própria Maria estão acima daqueles que recebem o dom de crer, de ser, de amar. “Virgem tão serena! Senhora destes povos tão sofridos, patrona dos pobres e oprimidos, derrama sobre nós as tuas graças!”(Itacir Brassiani msf)

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