quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Reflexoes do Pe. Ceolin

Bases do relacionamento interpessoal
1.       As vivências da infância
Este é o ponto de partida: tomar em consideração a relação mãe-filho e as primeiras perdas. Entre mãe-filho, a primeira relação é de aceitação ou não-aceitação por parte da mãe, o que proporciona à criança o sentimento básico de segurança ou de insegurança. A relação se inicia já no seio materno e se prolonga por anos e anos. O inconsciente também faz seus raciocínios... “Mamãe me aceita!... Eu aceito mamãe!... Logo, as pesssoas se aceitam...” E tem a questão das primeiras perdas. Algumas são inevitáveis, mas o modo como assimilamos estas pardas marca o futuro das nossas relações pessoas.
2.       Capacidade de aceitação
Em primeiro lugar, trata-se de aceitar a nós mesmos, assim como somos: a corporeidade, os impulsos agressivos, as pulsões sexuais, o instinto de conservação, etc. A falta de aceitação leva à dificuldade de reconhecer as próprias capacidades positivas e a valorizar mais os aspectos negativos.
A auto-aceitação é condição para servir com liberdade. Assim, a atitude de serviço não se torna compra de afeto ou de prestígio, nem busca de auto-afirmação, de estima ou de apreço de outros, ou seja: obsessão por ser bem visto ou bem falado. Em geral, a intransigência, a rigidez nos hábitos, princípios e idéias, assim como o ativismo exagerado, são uma espécie de compra de hétero-valorização. Tudo por causa da falta de auto-aceitação.
Todos temos aspectos de nós mesmos que não aceitamos. Às vezes são aspectos irrelevantes, mas os transformamos numa espécie de elefante negro... Entre os caminhos de superação deste problema estão a tomada de consciência disso, fazendo a verdade sobre si mesmo. É preciso aceitar a verdade, aceitar a realidade, a minha realidade!
Em segundo lugar, trata-se de aceitar os outros, especialmente os integrantes da própria família. Além de aceitar as pessoas, precisamos aceitar também a realidade assim como ela é, por exemplo: o tempo, a idade, o clima, o lugar, a casa, a saúde, o sexo, o povo, etc.
Por fim, é preciso também aceitar o plano de Deus sobre mim. Sou livre, e posso até ser infiel a Deus!... Sendo infiel a mim mesmo, aos dons que recebi, ao que meu ser profundo aspira viver, poderei estar de bem comigo mesmo e com a vida? Quanta gente é infeliz no mundo, e mesmo na Vida Religiosa, só porque não aceita viver o plano de Deus a seu respeito!...
3.       Capacidade de insight
Na psicologia, insight designa a compreensão repentina – um lampejo, um estalo – e em geral intuitiva de suas próprias atitudes e comportamentos, de um problema ou situação. Trata-se da capacidade de perceber-me, sentirme; dar-me conta do que se passa em mim, daquilo que tumultua ou bloqueia o meu relacionamento em geral.
Há pessoas que se percebem, que percebem sua própria realidade. Algumas se percebem um pouco. E há também aquelas que nada percebem de si mesmas, que não se flagram que são elas mesmas que causam distúrbios, que são antissociais, uma espécie de vândalos na família e nos grupos humanos... As pessoas que “não se enxergam” vivem criando problemas mas jogam a culpa nos outros... Tais indivíduos infelizmente não são aptos para viver a Vida Religiosa ou Matrimonial, pois não têm as condições necessárias para um relacionamento interpessoal normal.
4.       Capacidade de elaboração e superação
O organismo humano tem a capacidade de elaborar os alimentos e a pessoa humana pode e deve elaborar “as coisas da vida”. Em nossa vida acontecem confrontos, perdas, frustrações, desencantos, revoltas, raivas, ódios, etc. Se não houver elaboração de determinado fato, depois de anos e anos ainda estaremos infelizes, sem conseguir evoluir. O relacionamento será truncado! A vida precisa ser repescada, repensada, reassumida, reconstruída...
Pe. Rodolpho Ceolin msf

Reflexão sem data, ordenada ao auto-conhecimento e à auto-ajuda.

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