quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Missao: enisnando e aprendendo...

Intinerando no conhecimento

Queridas irmãs e  irmãos!
Na alegria das últimas notícias  para nossa Família Azul para a Igreja e para o Mundo, chego até vocês para compartilhar as experiências  neste itinerar nos campos do saber e das experiências. Ainda  trago no coração as alegrias e resoluções de nossa assembleia de dezembro: sentar com Emilie em sua escrivaninha e ter encontrado a todas renovou o entusiasmo para seguir.
Passar uns dias em família é sempre  bom e revigora os laços  e a fraternidade. Estar  com a família da gente é um aprendizado constante. Além de descansar, pude ajudar no mutirão solidário da casa de minha irmã mais velha. O povo é generoso e dá de sua pobreza. Nós também...
De casa fui a Goiânia e Luziânia para a formação Básica do CIMI. Tempo forte de estudo,  construção, desconstrução de esquemas e aprendizagem com nossos  povos ancestrais. Nosso  grupo era internacional, gente de seis países; intercultural, pois tinha representações de todas as regiões do país; Intercongregacional, pois eram sete  congregações diferentes; mais um padre diocesano e leigos/as.
As experiências  marcaram muito. A mística, o lazer e as confraternizações eram sempre marcados pela diferença, ora pela palavra de Deus, ora pelos “parixara” e pelos rituais e expressões que são frutos das  lutas das resistências de muitos povos que teimaram, de modo que hoje podemos aprender com eles e, no fundo, voltar às origens. Os assessores que estiveram conosco fizeram a diferença pela competência e simplicidade com que  exercem sua profissão e o profetismo com o qual defendem a causa indígena, e outras. Apesar do calor atípico deste época na região, conseguimos  aproveitar bem de tudo...
De Goiânia, fui direto a Manaus e já  peguei  o Fórum Social Mundial de Biodiversidade em andamento. Um espaço ou agenda prevista desde a Rio+20, e que foi pouco divulgada por questões políticas locais. Assim, poucas pessoas puderam usufruir deste debate acerca de tão importante tema. Pude participar de algumas plenárias sobre a ameaça aos diretos indígenas e mega-projetos na Amazônia; a questão dos alimentos orgânicos e o descaso  com a vida pelos agrotóxicos; as mudanças climáticas e as ameaças  aos direitos da Mãe Terra, com uma fala brilhante de nosso amigo e  aliado Ivo Poletto...
De Manaus segui a Roraima para  a  XXXV Assembleia do CIMI. Este foi outro espaço de aprendizagem e escola de vida issionária.  Os povos indígenas estavam presentes massivamente por Roraima ser um Estado onde a maioria das terras pertencem aos índios, demarcadas ou não. Muitos parentes se fizeram presente e compartilharam suas lutas, vitória e desafios que ainda restam pela frente e demonstraram sua gratidão  pela presença profética do CIMI em suas lutas, na formação e, sobre-tudo, na defesa dos seus direitos que ainda seguem ameaçados. Muitas mulheres indígenas se fizeram presentes, demonstrando o avanço pela participação da mulher.
Para nossa alegria  todos os Bispos do Regional Norte I da CNBB nos fizeram uma visita, também porque estavam reunidos em Roraima, sede do presidente do Regional. Esta presença reafirmou o compromisso da Igreja com a causa indígena. Foram dias de muito aprendizado, troca de saberes, análise de conjuntura, estudo sobre o “bem viver”, que é um caminho a ser seguido se acreditamos numa nova maneira de se relacionar coma a natureza  e entre nós seres humanos. Neste caminho mais uma vez os povos indígenas são nossos mestres.
Estou de volta a Manaus, coma a mochila cheia se tantos momentos intensos que esta missão me possibilita, eternamente grata à Província e à congregação, ainda esperando o companheiro Pe. Paco sj, que  está  de férias  na Espanha, para assim constituirmos nossa  comunidade itinerante inserida. No momento estamos apenas Rafael e eu. Um abraço a cada um/a, na certeza da comunhão que nos une e na alegria de canonização de nossa Santa Azul. Atenciosamente,

Ir. Joaninha Honório Madeira

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