segunda-feira, 13 de abril de 2015

Homem-barco

As vezes é impensável querer retornar.
Sempre temos uma ambição descontrolada por seguir em frente,
tanto que esquecemos a necessidade de retornar.
Em alguns momentos é necessário voltar,
mesmo que seja difícil lhe dar com a dor de encontrar a casa vazia,
com portões quebrados,
janelas para concertar
e paredes para pintar.
É difícil perceber que a casa não suporta mais os paliativos,ù
Que ela requer atenção, cuidado.
Em outro tempo, a vida pedirá que a casa seja repovoada,
que os jardins sejam semeados com sementes novas,
de raízes profundas.
Ah, como admiro a esperteza do homem que transforma a sua casa em barco,
onde habita um pouquinho de tudo.
O homem do barco-casa sente a necessidade de ter um lugarzinho,
mas tem convicção de que o mundo tem vários mares a serem descobertos,
traz consigo o desejo de povoar, de aprender,
ou apenas o desejo de viver junto.
O homem do mar tem em seu olhar uma população de sonhos,
é profundo como um oceano.
O homem-mar também não esquece da necessidade de entrar um pouco no barco,
apenas para descansar. 
Noviço Paulo Henrique msf

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