Assim
foi sucedido o caso: Dez virgens saíram para encontrar-se com o noivo. Cinco
virgens, demasiadamente prudentes, levaram consigo um pouco mais de azeite. As
outras cinco ficaram entretidas com os jardins que formavam uma bela paisagem
pelo caminho e findaram não levando uma reserva de azeite.
Elas
não imaginavam que o noivo iria atrasar. Esperavam tudo, menos uma tamanha
falta de educação como esta quem já se viu, deixar uma dama esperando noite
adentro? Um absurdo!...
Ao
chegarem perto da porta de entrada, perceberam que a porta estava fechada. Então
decidiram descansar um pouco, pois a caminhada havia sido longa...
Exatamente
à meia noite, o atrasado noivo chega apressado, impaciente. Imediatamente as
cinco virgens do azeite se puseram de pé, correram ao encontro do noivo com
suas lâmpadas acesas, com um odor forte de óleo queimado impregnado em suas
vestes...
Mirando
suas lâmpadas, as outras cinco perceberam que não havia azeite suficiente e
caíram no desespero. Não havia mais tempo... O que fazer? Implorar?
Sim,
essa parecia à solução mais acertada. Prontamente as cinco virgens cujas
lâmpadas estavam apagadas correram ao encontro da imensa porta e começaram a
bater exaustivamente.
Com um
ar de arrogância, o noivo disse não conhecer aquelas cinco loucas que estavam
rompendo a noite com os seus gritos. Até que uma das virgens teve uma ideia
audaciosa:
“Vamos
arrombar a porta! Viemos de tão longe, percorremos um caminho cansativo e não
vamos poder entrar por causa de uma lâmpada? Não podemos aceitar tamanha
humilhação!”
Animadas
por este profundo ímpeto de rebeldia, as cinco virgens se reuniram em frente à
imensa porta e, com um pedaço de um tronco nas mãos, puseram a porta abaixo.
Isso
mesmo! A entrada foi forçada, e isso lhes pareceu muito mais digno!
Ao
chegarem diante do noivo, elas logo perceberam a cara assustada dele. Então uma
das virgens falou:
“Querido
noivo! Não temos lâmpada, pois estávamos tão encantadas com a beleza do caminho
que resolvemos colher algumas flores para enfeitar o teu palácio. Não temos
lâmpada, mas temos flores...”
As
outras cinco virgens indignadas, diziam entre si:
“Mas,
que absurdo!... Trouxemos o que nos pediram, estamos aqui, temos a
precedência!...”
Diante
da beleza das flores e da convicção das cinco virgens “imprudentes”, o rei
sucumbiu. E sua fala foi ouvida como decreto:
“Eu
esperava lâmpadas acesas, esperava encontrar vocês despertas, mas hoje aprendi
que a vida nem sempre nos apresenta o que esperamos... As flores me parecem
muitoi encantadoras... Vocês não trouxeram o que eu pedi, mas trouxeram o que
tinham, e isso me parece bastante profundo e corajoso. Somente quem é corajoso
é também honesto e apresenta o que tem!”
Paulo
Henrique (noviço MSF)
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