segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Formadores MSF em Roma

Como formar bons e atualizados missionarios?
O Encontro/Curso dos Formadores da Congregação prossegue, aqui em Roma.  Aqui vão mais algumas informações, obviamente com o filtro e os limites da minha percepção.
Na sexta-feira, o nosso estimado Pe. Egon nos brindou com duas belíssimas e profundas reflexões: “O perfil de um irmão entre os irmãos: a vida comunitária na congregação dos missionários da Sagrada Família”; “Como desenvolver no Missionário da Sagrada Família o perfil de um homem simples e humilde”. Quem conhece o Pe. Egon sabe da simplicidade e sensatez com que expõe suas provocações... Depois de cada reflexão, trazendo sempre aspectos das Constituições e palavras do Pe. Berthier, ele nos propôs questões para a reflexão em grupos.
No sábado pela manhã, tocou a mim a tarefa de apresentar mais uma vez as Linhas para a Formação da Congregação, aprovadas em 2011. Privilegiei a genealogia da elaboração do documento, seus elementos dinamizadores e iluminadores, e o conteúdo de cada uma das partes. Nos trabalhos em grupo foi possível perceber como, depois de quatro anos, essas linhas ainda são pouco conhecidas e menos ainda levadas em conta na prática e no planejamento da formação nas diversas Províncias. Na parte da tarde, o Pe. Agustino Purnama, responsável pela formação e coordenador do grupo de reflexão para a formação, encaminhou um trabalho pessoal e em grupo sobre a nossa experiência como formadores.
O domingo foi um dia de folga nos estudos. Depois da celebração e do café da manhã, todos se deslocaram a Roma. Inicialmente, aqueles que quiseram, fizeram um breve passeio pela cidade. Às 14:00, saborearam, na Casa Geral, um suculento churrasco “italo-gaúcho”, preparado pelos coirmãos Julio César, Lotário e Patrice. Entretanto, o Volimar, o Marcelo, o Iranjunio, o Thiago preferiram uma peregrinação a Assis. Eu os acompanhei como guia... Saímos de Roma, de trem, às 8:00 e chegamos de volta às 21:00. A inspiração do Irmão Universal compensou o cansaço.
Hoje, dia em que celebramos 120 anos da fundação da Congrergação, iniciamos com uma bela celebração de ação de graças. Os trabalhos do dia foram confiados a mim. Na parte da manhã, procurei responder à seguinte questão, apresentada pela Comissão de Formação: Como desenvolver nos formandos a atitude de peregrinos na fé, de pessoas em constante busca de Deus? Abordei a questão numa perspectiva teológica (a primazia de Deus e do seu reino; o dom recebido deve se tornar dom partilhado; a conversão ao evangelho do Reino; a vida pessoal a serviço de Deus e do povo de Deus) e numa perspectiva pedagógica (escuta e meditação da Palavra de Deus; discernimento dos sinais dos tempos; oração pessoal e comunitária; acompanhamento espiritual; revisão pessoal e comunitária de vida). Seguiu-se trabalho em grupos e partilha no plenário.
Na parte da tarde, a questão era outra: Como ajudar os formandos a se tornarem próximos e servidores daqueles que estão longe? Segui o mesmo esquema, divindo a resposta em aspectos teológico-espirituais (encarnação e compaixão; testemunho de vida fraterna; diálogo, anúncio e serviço; formar a única família do Pai) e sugestões prático-pedagógicas (formar comunidades apostólicas na e para a missão;  sintonia com a história e discernimento dos seus sinais; experiências e laboratórios pastorais; inserção nos ministérios prioritários). Esta reflexão também foi seguida de um trabalho em grupos e de plenário.
É claro que o almoço foi especialmente festivo... À noite, depois da janta, simples e nobre, tivemos um Conveniat, com apresentações artísticas de todos os países dos quais viemos. Um encontro não se faz somente com estudos, e a congregacionalidade é exercitada e cultivada em momentos como estes, nos quais celebramos nossa história e nos damos tempo para conviver. Mas isso não me impede de registrar uma observação muito pessoal: é grande e geral a dificuldade de passar da doutrina e dos princípios gerais para as práticas e intervenções pedagógicas, das velhas práticas de piedade a práticas inovadoras e transformadoras.

Itacir msf

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