sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

A Boa noticia, dia-a-dia: 8 de janeiro, sexta-feira

O ateísmo está longe de ser o principal obstáculo à fé cristã. Ele continua sendo um desafio a ser levado a sério, e os ateus, assim como os indiferentes religiosos, são interlocutores que merecem nossa atenção e nosso respeito. Creio que o que coloca a fé cristã em risco são outras correntes e posturas: aquelas que reduzem a fé em Jesus a uma espécie de pronto-socorro para todas as doenças; aquelas que a circunscrevem a um negócio metafísico, que só tem a ver com a alma e o coração; além daquelas que a rebaixam a um espetáculo televisivo 24 horas por dia. No tempo de Jesus, a lepra era uma enfermidade física, social e cultural, muito temida e objeto de proibições e exclusões. Por isso, o evangelista diz que o leproso foi purificado, não simplesmente curado. A enfermidade pode ser curada, mas somente a purificação remove o manto da exclusão que, por motivos religiosos e culturais, acompanhava e encobria o leproso. Tanto que, o homem considerado impuro por causa da lepra, cujo acesso aos espaços sociais e públicos era cuidadosamente interditado, uma vez purificado é enviado ao espaço público por exelência, ou seja, ao templo. Purificando os leprosos, Jesus remove o manto da exclusão que os encobre e torna proscritos, e re-estabelece a plena cidadania deles. E o não faz reivindicando protagonismo, nem ao vivo em cadeias de TV’s, como amam fazer alguns milagreiros pentecostais e católicos... Evangelho e protagonismo midiático costumam não ser parceiros. Jesus prefere se retirar a lugares solitários e se entregar à oração, exatamente para dar à sua revolucionária ação o necessário caráter libertador, sem perder o respeito aos humildes beneficiados. (Itacir Brassiani msf

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