segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Curso de Missiologia (28)

Pastoral missionaria vocacional
A primeira parte do último dia da primeira etapa do nosso Curso de Missiologia foi dirigida pelo coirmão Pe. Luís Lopez Fernandez msf, missionário espanhol que vive há 16 anos na Bolívia. Ele nos chamou a uma interessante reflexão sobre a pastoral vocacional em chave missionaria.
Pe. Luís começou afirmando, em tom provocativo, que não existe juventude, e sim jovens. Cada geração não se representa a si mesma, mas também as anteriores e as futuras. Apesar das diferenças inegáveis de uma geração a outra, algumas perguntas fundamentais se repetem em todas as épocas.
A falta de vocações, especialmente das vocações à vida consagrada e ministerial, pode advir de uma comunidade religiosa pouco fervorosa e pouco atrativa em sua forma de viver a fé. Junto com a escassez, temos necessidade de um bom acompanhamento, formação e seleção. As maiores ameaças à pastoral das vocações não vem de fora, mas de nossa cegueira e nossa paralisia.
O desafio não é o como fazer a pastoral das vocações, mas o por que fazer desenvolver a pastoral das vocações. Podemos elencar algumas razoes ou motivações: Deus continua chamando também hoje; em Cristo podemos encontrar a plenitude humana; o anuncio do Reino e a vocação estão estreitamente relacionados; há gente que escuta com generosidade; a vida eclesial é berço de vocações; as congregações são dons e mediações de Deus.
Como desenvolver uma pastoral das vocações? Dar um lugar central à dimensão evangelizadora e um lugar periférico aos números. Aqui temos alguns desafios: a nova evangelização, a cultura vocacional, a experiência dos outros, a pastoral da educação, o mundo dos jovens, o âmbito familiar e a proposta vocacional.
Precisamos de uma pastoral das vocações conectada com a evangelização, pois ela é uma missão compartilhada com outros agentes ou agencias. Ela precisa estar presente nos novos areópagos jovens, priorizando a via personalizada, suscitar e formar animadores vocacionais missionários, ser criadora de uma cultura vocacional, potenciar a animação da comunidade local, suscitar e formar animadores, aprender da experiência dos outros, criando condições para alcançar bons resultados.
Precisamos de uma pastoral das vocações ativa no campo da educação, que cuide continuamente uma educação integral e crista, apresente testemunhos credíveis, acompanhe as escolhas afetivas e profissionais dos jovens, mantenha encontros diretos e pessoais com adolescentes e jovens.
Precisamos de uma pastoral das vocações direcionada aos jovens, que nos converta aos jovens e cuide das bases humanas deles, que aproveitando a catequese, que crie condições para que a proposta vocacional se faça de modo criativo. Uma pastoral das vocações orientada à comunidade crista, pois esta é o sujeito vocante. Uma PV que incida na pastoral das famílias, promova iniciativas de pastoral vocacional familiar, aproveite vocacionalmente os momentos religiosos da família, que torne normal a proposta vocacional, fazendo-a explicitamente e de forma adequada.
Para os Missionários da Sagrada Família, a pastoral das vocações é uma exigência intrínseca da missão evangelizadora. Esta missão está unida a uma profunda experiência de Deus em Jesus. É uma evangelização que usa a palavra, mas parte da experiência de consagração. As vocações são dom de Deus à Igreja e à Congregação. O lugar onde emergem as vocações é a Igreja local, a área paroquial, e isso nos pede nossa inserção nela.
Por isso, a comunidade local é o lugar privilegiado para desenvolver a pastoral das vocações. Daí a importância de abrir nossas comunidades à presença dos jovens. Esta não é tarefa de pessoas individuais, mas parte da comunidade eclesial e prossegue na comunidade local, com a ajuda, quando necessário, de grupos especializados. É um compromisso coral, com responsabilidade individualidade.

Itacir Brassiani msf

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