segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Curso de Missiologia (29)

Os desafios da Pastoral das Famílias
Na sequência do último dia do nosso Curso, o Ir. Hector Pinto msf, missionário chileno radicado na Bolívia, nos guiou na reflexão sobre os desafios atuais à Pastoral Familiar. E o fez partindo da caminhada pastoral que vem fazendo na Bolívia e das orientações emanadas do Sínodo dos Bispos sobre a Família e da exortação pós sinodal do Papa Francisco.
Os Bispos da América Latina nos convidam a descobrir a identidade e a missão da Pastoral
Familiar. A família está no coração dos povos latino-americanos, é um valor apreciado pelas nossas culturas, e a Pastoral Familiar deveria ser um eixo transversal de todo o apostolado da Igreja.
Segundo o Ir. Hector, o relatório do Sínodo das Famílias de 2014 reconheceu claramente a necessidade de redimensionar a Pastoral Familiar: escutando o contexto sociocultural no qual as famílias vivem hoje em dia; discutindo as perspectivas pastorais a partir da fé católica; oferecendo perspectivas pastorais que respondam aos desafios da realidade das famílias.
Por sua vez, o Sínodo de 2015 pretendeu escutar os desafios às famílias, discernir a vocação familiar e apresentar a missão da família hoje. Na exortação Amoris Laetitia, o Papa Francisco acolhe e apresenta pessoalmente os resultados deste Sínodo. Para o Papa Francisco, a Pastoral Familiar deve priorizar a memória da vocação ao amor, que é fundacional nas famílias cristas. E isso sem passar ao largo das diversas situações familiares especiais.
Famílias que fazem do matrimonio uma experimentação (por razões financeiras, desemprego, falta de moradia, medo do compromisso durável). Pensam alguns colocar o matrimonio à prova, antes de decidir por ele. Constata-se uma escassa formação sobre o que seja o matrimonio. Propostas: Oferecer aos jovens e adolescentes formação sobre a beleza do matrimonio.
Uniões livres ou de fato (casais e famílias que não buscam nenhuma forma de registro), por causa da falta de atenção dos Estados, de uma boa política em favor das famílias, dos limites de quem vive em situação de imigração. Uma falsa ideia de liberdade considera o matrimonio como um risco de perde-la e o menosprezo por um amor que dure toda a vida.
Separados, divorciados e recasados: Este é um fenômeno em crescimento, e casa-se cada vez menos. Os mais afetados são os filhos, que são uma categoria de novos pobres. Os pais divorciados precisam do apoio da Igreja na tarefa de acolher e sustentar seus filhos.
Mães solteiras: Em geral, são o resultado de histórias de muito sofrimento, e a valentia dessas mães merece ser valorizada e apoiada pela Igreja.  Elas tem o direito de encontrar na comunidade eclesial uma verdadeira família.
Situações de irregularidade canônica:  Recasados, por indiferença ou falta de consciência do que isso significa. Para muitos, a Igreja e sua doutrina matrimonial não são mais uma referência que merece credito. Cresce o número de pessoas que consideram com despreocupação essa situação. Mas algumas pessoas percebem claramente este problema e desejam dar passos, e essa é uma boa oportunidade para tomar iniciativas.

Itacir Brassiani msf

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