segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Curso de Missiologia (30)

Desafios aos institutos missionários e à Igreja
O último tema destas duas semanas de formação – desafios aos Institutos Missionários e à Igreja – foi desenvolvido pelo Pe. Julio Cesar Werlang msf, Conselheiro Geral e membro da Comissão de Missão da Congregação.  Começou sublinhando o que diz a encíclica Redemptoris Missio, na sua abertura: A missão confiada por Jesus Cristo à Igreja está longe de estar concluída. Na verdade, está nos seus começos. O Vaticano II pediu a renovação da vida da Igreja e sublinhou sua natureza e seu empenho missionário e ecumênico, cuja raiz é o mistério trinitário.
Hoje a Igreja precisa ler com reverencia e atenção sinais dos tempos que: a) A emergência da subjetividade e do individualismo como ideal cultural do Ocidente; b) A busca da espiritualidade e da sacralidade como reação ao mundo tecno-científico; c) A globalização via mercado e o surgimento de uma consciência planetária; d) A nova visão cosmológica, graças ao avanço da física quântica; e) A revolução tecnológica e cientifica, e o surgimento de uma nova visão do ser humano e sua relação com a natureza.
A missão ad gentes esta sendo questionada e desafiada por estas mudanças.  Que sentido tem anunciar Jesus Cristo no contexto do pluralismo religioso e da afirmação da liberdade religiosa? É necessário pertencer à Igreja católica se as pessoas podem alcançar a salvação mesmo fora dela? É correto falar em territórios de missão se Deus é relativizado ou negado em diversos lugares? A missiologia precisa responder a estas perguntas.
As respostas são ensaiadas e seguem algumas direções fundamentais: a) A missão é o dinamismo e a essência da Igreja; b) A Igreja inteira é chamada a uma conversão missionaria; c) O horizonte missionário vai do local ao universal; d) As tarefas da missão são anunciar a presença de Deus e a proximidade do seu Reino a todas as pessoas e povos: viver e comunicar a vida nova em Cristo.
Entre outras coisas, o Pe. Julio nos lembrou que, para a conferencia de Aparecida, a grande missão da Igreja é converter os batizados em discípulos missionários. Ela precisa de uma novo dinamismo que a impeça de se instalar na comodidade, à margem dos sofredores e excluídos, e a transforme num centro de irradiação da vida em Cristo (362). A conversão provoca a renovação da vida e das estruturas da Igreja à missão. Um modelo de igreja excessivamente rígido e auto-referencial não se presta à missão que o mundo de hoje pede ou espera.

Itacir Brassiani msf

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