quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Uma prece natalina (6)

O Natal do comércio chega de um dia para o outro.
Fácil, tilintante, confuso, pré-fabricado.
É um Natal visual, um amontoado de símbolos, um ar do tempo.
Dentro de nós, porém, sabemos que não é assim.
Para ser verdade, o Natal não pode ser só isto.
Não pode servir apenas para uma emoção social, para um rodopio de compensações, compras e trocas.
Para ser verdade, o Natal tem de ser fundo, pessoal, despojado, interpelador, silencioso, solidário, espiritual.
Acorda em nos, Senhor, o desejo de um Natal autêntico!
                                                                                                                     
(José Tolentino Mendonça, Um Deus que dança, p. 57)

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