sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Curso de missiologia (Passo Fundo - 11)

Comunidades e paróquias missionárias: agir é preciso!
Já é tempo de voltar ao ponto de partida. Como levar a sério e tornar efetivo as premissas, segundo as quais nosso carisma missionário poderia ser traduzido hoje como: participar da atividade missionária da Igreja, deslocando-se para as fronteiras territoriais, sociais e culturais; contribuir no fortalecimento das Igrejas locais; animar o espírito missionário nas Igrejas particulares; despertar, acolher e formar vocações missionárias; organizar e animar a pastoral da família? E o que podemos e devemos fazer para desenvolver um amplo e sério programa de ‘conversão missionária’ das Paróquias, como nos pede a Conferência de Aparecida e o próprio XIII Capitulo Geral?
Assim, podemos visualizar seis percursos de saída a serem abertos e trilhados pelas comunidades e paroquias que desejam acolher o apelo dos Bispos da América Latina e do Papa e se tornarem efetivamente missionárias:
a)  De uma Igreja auto-referencial ao Evangelho, para Jesus Cristo e o Pai;
b)  De uma Igreja que lamenta e espera a uma Igreja que vai ao encontro;
c)   Dos grupos e movimentos fechados em si mesmos a uma Igreja-Comunidade;
d)  De uma Igreja em concorrência com as outras para uma Igreja ecumênica;
e)   De uma Igreja devocional e sacramentalista a uma Igreja ouvinte da Palavra e envolvida com a transformação da sociedade;
f)    De uma Igreja restrita ao seu território geográfico a uma Igreja solidaria com outras comunidades.
Antes de tudo, algumas atitudes básicas dos membros da comunidade, especialmente dos agentes e responsáveis pelos organismos pastorais:
a)  Iniciar e voltar sempre a um conhecimento crítico e engajado do contexto da comunidade e da paróquia;
b)  Imbuir-se de uma permanente, crescente e mobilizadora inquietação missionária;
c)   Olhar tudo a partir do horizonte missionário, identificando campos, desafios e possibilidades;
d)  Inserir-se de modo afetivo e profundo no meio do povo, dialogando e interagindo com ele;
e)  Garantir uma boa comunicação e uma séria e permanente formação missionárias dos agentes, grupos e comunidades;
f)    Criar e cultivar espaços e instâncias de articulação das diversas iniciativas, grupos, organismos e comunidades (assembleias, conselhos, etc.).
Na perspectiva metodológica, é importante:
a)  Ativar permanentemente a consciência de pertença eclesial dos fiéis e agentes;
b)  Descentralizar as iniciativas, o culto e a administração econômica e pastoral;
c)   Promover, respeitar e empoderar os leigos e leigas nas diversas dimensões da vida eclesial;
d)  Promover a diversificação dos ministérios, para que a dimensão de serviço seja inequívoca;
e)   Deslocar a centralidade dos sacramentos e da devoção para a Palavra de Deus;
f)    Manter sempre viva a perspectiva missionária, de sair ao encontro para testemunhar, dialogar, servir e propor.
No aspecto organizativo, algumas iniciativas são imprescindíveis:
a)  Organizar e manter ativos grupos ou comissões que animem a pastoral familiar, a pastoral das vocações, a vida mission ria (infância, adolescência e juventude missionárias), o cuidado pastoral das pessoas em situação de vulnerabilidade (dependentes químicos, migrantes, doentes, idosos, moradores de rua, pobres, etc.);
b)  Iluminar e alimentar a vida eclesial com a Palavra de Deus, organizando círculos e cursos bíblicos e grupos de leitura orante;
c)   Promover e organizar os ministérios leigos para que atuem dentro e fora do espaço eclesial;
d)  Oferecer aos agentes de pastoral e a todos os fiéis uma profunda e continua formação na fé em chave missionária;
e)   Dar relevância e efetividade aos conselhos de pastoral.
Mas, além das atitudes e da organização, é importante promover eventos pontuais e intensos, nos quais a consciência e a ação missionaria é celebrada, visualizada e fortalecida:
a)  Celebrar com ênfase a semana da família, o dia dos pais, das mães e dos avós;
b)  Dar destaque às jornadas de oração pelas vocações e de oração pelas missões;
c)   Promover semanas vocacionais, semanas missionarias e semanas da família;
d)  Organizar missões especiais de ajuda solidaria aos setores sociais mais necessitados e de visitas periodicas a famílias em condições sociais especificas;
e)   Promover jornadas de informação e solidariedade missionaria; dar às celebrações, à formação e à catequese uma marcante perspectiva missionaria;
f)     Propor encontros e momentos celebrativos nas principais datas festivas da Congregação.

Itacir Brassiani msf

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